segunda-feira, 14 de março de 2011

Fuligem

Fuligem



Fuligem sobe os céus,
O fogo arde posso sentir me esvaziando,
A dormência começa a se espalhar,
Em espasmos violentos.

Minhas pálpebras estão pesadas,
Quem tingiu meu mundo?
Quem tomou esse direito de mim?
Quando começou você se lembra, você pode me dizer?

Há uma vaga lembrança, sempre há.
Uma miríade desforme percorre minha mente.
Mergulho numa melancolia viscosa,
Encharco-me de sangue.

Começo a perder em gritos abafados,
Tateando a escuridão.
Procurando onde minha mente se afasta,
Onde ela me rejeita tentando salvar-me.

Mas eu posso sentir...
Tudo tem um começo
E o meu começo,
Tem a tua tez, teu aroma,tuas formas.

Capturo fragmentos de tuas lembranças,
Mas elas são untuosas.
Escorrem de minhas mãos,
Grito mas me afogo em desespero.

Corro, mas grilhões invisíveis me prendem,
Ergo minhas mãos no gesto derradeiro.
Mas a vertigem já é grande demais pra suportar.
Na profundidade daquele oceano.

Você desaparece.
E como foi o começo,
No traçado do destino.
Nas mãos da tecelã.
Agora foi meu fim...
                            
                                 (Will Sasaki)

Um comentário:

  1. Fico feliz que tenha apreciado,só isso já recompensa todo o esforço, você esta no caminho, tem um lindo blog, parabéns e sucesso em seu caminho. Um suave beijo e um cálido abraço. ~Will Sasaki.

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